Duomo di Napoli (Catedral de Nápoles): Iniciada no século XIII, é dedicada a Santa Restituta e San Gennaro, padroeiro da cidade, e mistura elementos góticos e renascentistas.
|
Fachada do Duomo de Nápoles, foto de Berthold Werner em Wikipedia |
O Duomo de Nápoles, também conhecido como a Catedral de Nápoles ou Catedral de Santa Maria Assunta, é um edifício de grande importância histórica e religiosa localizado na cidade de Nápoles, Itália. Este monumento é famoso não apenas pela sua arquitetura imponente, mas também por abrigar relíquias importantes, como as do padroeiro da cidade, São Januário (San Gennaro).
A construção do Duomo de Nápoles começou em 1272 e foi concluída no início do século XIV, sob o reinado de Carlos I de Anjou. A catedral foi erguida sobre os restos de construções anteriores, incluindo antigas basílicas paleocristãs, demonstrando a sobreposição de camadas históricas características de muitos edifícios italianos.
|
Interior do Duomo de Nápoles, foto Enrico Della Pietra em Dreamstime.com |
O estilo arquitetônico é predominantemente gótico, refletido nas suas elevadas naves, arcos pontiagudos e abóbadas. No entanto, devido às várias reconstruções e restaurações ao longo dos séculos, a catedral também apresenta elementos de outros estilos, como o barroco e o neogótico. A fachada atual, por exemplo, foi finalizada em 1905 pelo arquiteto Enrico Alvino, que a projetou no estilo neogótico.
Capela San Genaro
Construída entre 1608 e 1637, a capela é um exemplo esplêndido do barroco napolitano. É rica em mármores, afrescos e esculturas, com trabalhos de importantes artistas como Domenichino e Lanfranco.
A capela abriga as relíquias de São Januário, incluindo o seu sangue, que está no centro de uma das tradições religiosas mais celebradas de Nápoles: o milagre da liquefação do sangue. Este fenômeno, que supostamente ocorre três vezes ao ano, atrai muitos fiéis e turistas, sendo visto como um sinal de proteção sobre a cidade.
A liquefação do Sangue de San Gennaro
São Januário (San Gennaro) foi um bispo de Benevento, uma cidade próxima a Nápoles, que morreu como mártir durante as perseguições contra os cristãos no início do século IV. Após sua morte, suas relíquias foram preservadas e eventualmente transferidas para Nápoles. A tradição da liquefação do sangue remonta pelo menos ao século XIV, sendo o primeiro registro documentado datado de 1389.
As Datas do Milagre
O fenômeno de liquefação ocorre regularmente em três ocasiões durante o ano:
- 19 de setembro: Festa de São Januário, comemorando o martírio do santo.
- Primeiro sábado de maio: Celebra uma importante transladação das relíquias de Pozzuoli para Nápoles.
- 16 de dezembro: Em ação de graças pela proteção de Nápoles contra a erupção do Monte Vesúvio em 1631.
Durante as cerimônias, as ampolas contendo o sangue são apresentadas à congregação. Se o sangue se liquefaz, a ocorrência é vista como um sinal positivo, um bom presságio para a cidade e seus habitantes. A não liquefação, por outro lado, é tradicionalmente interpretada como um mau presságio, associado a desastres ou infortúnios.
e) Sob o domínio Espanhol (1503 a 1714)
Sob o domínio espanhol, Nápoles tornou-se uma das maiores cidades da Europa, com um crescimento significativo. No entanto, também enfrentou várias epidemias e erupções do Monte Vesúvio. O domínio espanhol foi marcado por um governo autocrático e pela construção de imponentes fortificações e palácios.
O destaque do período foram os Vice-reis como Pedro Álvarez de Toledo (1484-1553), que modernizou a cidade, promovendo uma vasta reforma urbana.
Nesse período:
Palazzo Reale di Napoli: Construído em 1600, este palácio real serviu como residência para os governantes espanhóis, oferecendo um exemplo esplêndido da arquitetura do Renascimento italiano.
|
Palazzo reale, foto pietro scerrato, wikipedia |
San Lorenzo Maggiore: A igreja e o complexo monástico, que datam do período medieval, foram significativamente remodelados durante o domínio espanhol, incorporando elementos do Barroco.
Fontana del Gigante:
A fonte foi encomendada por Enrique de Guzmán, o Conde de Olivares, como parte de um conjunto de embelezamento urbano durante o domínio espanhol em Nápoles. A intenção era criar um marco monumental que refletisse a opulência e o poder da aristocracia espanhola.
A Fontana del Gigante, em Nápoles, foi inaugurada em 1601. Originalmente, esta fonte monumental não se localizava onde está hoje. Ela foi projetada pelo arquiteto e escultor Pietro Bernini, pai do famoso Gian Lorenzo Bernini, e foi inicialmente colocada perto do Palazzo Reale di Napoli.
|
Fontana del Gigante, Napoles, foto © Siegfried Schnepf | Dreamstime.com |
O design da Fontana del Gigante é caracteristicamente barroco, apresentando formas elaboradas e uma rica ornamentação. A fonte é composta por três arcos grandiosos, decorados com esculturas de tritões, ninfas e figuras mitológicas marinhas. O nome "del Gigante" provavelmente foi dado devido ao seu tamanho grandioso.
Chiesa del Gesú Nuovo ou Chiesa del Santissimo nome de Gesú
A Igreja do Gesù Nuovo, localizada no coração de Nápoles, é uma das mais importantes e impressionantes igrejas da cidade. Seu nome completo é Chiesa del Santissimo Nome di Gesù, e ela se destaca por sua fachada única e pela rica decoração barroca em seu interior.
Construção e Estilo Arquitetônico
A igreja foi originalmente construída como um palácio, o Palazzo Sanseverino, em 1470, durante o reinado de Ferrante I de Aragão. A fachada original do palácio ainda é visível hoje e é notável por seu design em diamante, um exemplo do chamado "bugnato" rústico, uma técnica arquitetônica que proporciona um efeito de relevo.
|
Fachada da Igreja do Santíssimo nome de Jesus, foto HistoriacomGosto |
Em 1584, o palácio foi confiscado pela coroa espanhola e entregue à ordem jesuíta, que o transformou em uma igreja. O interior foi completamente renovado para se adaptar às necessidades do culto jesuíta, e as obras foram concluídas em 1601. O estilo predominante no interior é o barroco, caracterizado por uma rica ornamentação, com mármores policromados, afrescos magníficos e detalhes dourados.
Ordem Religiosa
|
Interior da Chiesa del Gesú nuovo, foto HistoriacomGosto |
A igreja passou a ser um dos principais centros dos jesuítas em Nápoles. Os jesuítas, conhecidos por sua ênfase na educação e no trabalho missionário, transformaram o Gesù Nuovo em um importante eixo espiritual e cultural da cidade. Embora a ordem tenha sido suprimida em 1767 e a igreja posteriormente tenha passado por períodos de administração por outras entidades religiosas, ela continua a ser associada aos jesuítas.
f. Período Bourbon Espanhol- (1750 a 1860) - Reino das Duas Sicílias
Após a Guerra da sucessão espanhola no século XVIII, a posse do reino novamente mudou de mãos. Sob os termos do Tratado de Rastatt em 1714, Nápoles foi dado a Carlos VI, Sacro Imperador Romano. Não durou muito.
Nápoles e Sicília foram conquistadas por um exército espanhol durante a guerra da sucessão polonesa, em 1734, e Carlos, um jovem filho do Rei Filipe V de Espanha foi instalado como Carlos VII, rei de Nápoles e da Sicília, de 1735.
Quando Carlos herdou o trono espanhol a partir de seu meio-irmão mais velho, em 1759, ele deixou Nápoles e Sicília para seu filho mais novo, Fernando IV. Apesar dos dois reinos, serem uma união pessoal sob as dinastias de austríacos e espanhóis, eles permaneceram constitucionalmente separados.
Sendo um membro da Casa de Bourbon, Fernando IV foi um adversário natural da Revolução Francesa e de Napoleão.
Obelisco da Imaculada
O obelisco da Imaculada foi erguido para comemorar o dogma da Imaculada Conceição. A tradição de homenagear a Imaculada Conceição nesta praça remonta a 1743, quando foi colocada uma estátua da Virgem Maria no topo do obelisco, com a inauguração oficial e a bênção do monumento completas em 1750.
|
Obelisco da Imaculada, foto HistoriacomGosto |
Museu Capodimonte
O Museu de Capodimonte, localizado em Nápoles, Itália, é um dos museus mais importantes e vastos do país. Situado no majestoso Palazzo di Capodimonte, originalmente projetado como uma residência de verão e pavilhão de caça para os reis de Nápoles da dinastia Bourbon, o museu abriga uma rica coleção de arte que abrange vários séculos.
A coleção do Museu Capodimonte inclui obras-primas da pintura italiana e europeia, com destaque para a arte renascentista e barroca. Entre os artistas representados estão nomes de enorme relevância como Caravaggio, Rafael, Ticiano, Masaccio, Simone Martini, e muitos outros. Além das pinturas, o museu também exibe uma impressionante coleção de artes decorativas, armas, porcelanas e obras históricas.
|
Madonna del Divino Amore, foto HistoriacomGosto |
Madonna del Divino Amore: Esta é uma das obras mais notáveis de Rafael no museu. A pintura representa a Virgem Maria com o Menino Jesus, São João Batista e Santa Isabel. Conhecida por sua delicadeza e a maestria na representação das figuras, a obra é um excelente exemplo da habilidade de Rafael em capturar a ternura e a espiritualidade.
Teatro San Carlo
O Teatro di San Carlo foi encomendado por Carlos de Bourbon, que era então o Rei de Nápoles, mais tarde conhecido como Carlos III da Espanha. Ele desejava um novo teatro que superasse em esplendor e capacidade o Teatro San Bartolomeo, o antigo teatro da cidade.
A construção começou em 1737 e foi concluída no mesmo ano, o que reflete a decisão firme e a eficiência dos esforços de construção sob a direção do arquiteto Giovanni Antonio Medrano e o engenheiro Angelo Carasale.
|
Teatro San Carlo, foto de Diego Delso em wikipedia |
O teatro foi inaugurado em 4 de novembro de 1737, com a ópera "Achille in Sciro" de Domenico Sarro. A abertura coincidiu com o dia do nome de Carlos, o que simbolizava o prestígio e a importância do evento.
Quando foi construído, o Teatro di San Carlo tinha capacidade para cerca de 3.285 espectadores, sendo o maior teatro de ópera da época na Europa. Essa capacidade destacava-o em relação a outros teatros importantes, como a Opéra de Paris e o Teatro Alla Scala em Milão.
|
Teatro San Carlo, Napoli, foto de Andreas Solaro/Agence France-Presse — Getty Images, em New York Times |
Sua grandiosidade e acústica excepcional rapidamente tornaram o San Carlo um dos teatros mais importantes da Europa, atraindo compositores, músicos e amantes da ópera de todo o continente.
Museu Arqueológico de Nápoles
O museu está situado na Piazza Museo, no centro da cidade de Nápoles. O edifício que abriga o museu foi inicialmente construído no final do século XVI. Contudo, o museu em si foi oficialmente aberto ao público em 1816.
|
Museu Arqueologico de Nápoles, foto de Istvanka em Wikipedia húngara |
Originalmente, o edifício foi concebido para ser a sede da Universidade de Nápoles, mas foi convertido em um museu para abrigar as coleções arqueológicas da Casa de Bourbon. A construção original foi iniciada por ordem do vice-rei espanhol Pedro Álvarez de Toledo durante o reinado da Espanha sobre Nápoles.
Principais Peças em Exposição
O Museu Arqueológico Nacional de Nápoles é renomado por suas extensas coleções, destacando-se:
- Coleção de Pompéia e Herculano: O museu abriga uma rica coleção de artefatos das cidades romanas de Pompeia e Herculano, que foram soterradas pela erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C. Esta coleção inclui afrescos, mosaicos e objetos do cotidiano que oferecem uma visão fascinante da vida na Roma Antiga.
|
Afresco do padeiro Terentius Neo com esposa, |
- Esculturas Clássicas: A famosa coleção Farnese é uma das joias do museu, com obras-primas como o Hércules Farnese e o Touro Farnese.
|
Touro Farnesio |
- Coleção Egípcia: Embora não tão conhecida quanto as coleções greco-romanas, o museu também possui uma interessante coleção de artefatos egípcios.
Palácio Reggia di Caserta (1752 ~ 1773 ~1847)
A Reggia di Caserta (Palácio Real de Caserta) é um palácio barroco situado em Caserta, na região italiana da Campania, cerca de 40 km distante de Nápoles. O edifício foi encomendado pelo rei Carlos VII para servir de centro administrativo e cortesão do novo Reino de Nápoles, ao mesmo tempo que simbolizava o poder real. O monarca quis dotar a Dinastia Borbon-Duas Sicílias de uma residência à altura do Palácio de Versailles. O Palácio conta com cerca de 1.200 quartos e é um dos maiores da Europa considerando esse critério.
|
Palacio Reggia di Caserta, foto HistoriacomGosto |
Residência real
O rei Fernando I elegeu o Palácio Real de Caserta como sua residência de Verão, a qual se converteria numa das principais quando teve que abandonar o real sítio favorito, o Reggia di Portici, em consequência da erupção do Vesúvio em 1767. A sua esposa, Maria Carolina de Áustria, encarregou-se da decoração do palácio, pois tinha um gosto refinado que havia sido demonstrado em diversas ocasiões, reunindo uma importante pinacoteca e uma grande colecção de porcelana
|
Vista dos jardins do Palacio Regia di Caserta, foto HistoriacomGosto |
O Cristo Velado na Capela San Severo
A história da Capela Sansevero começa em 1590, quando Giovanni Francesco di Sangro, Patriarca da família Sangro, decidiu construir uma pequena capela dedicada ao Santo Rosário próxima ao palácio da família. A capela passou por uma transformação significativa no século XVIII, adquirindo uma configuração barroca, sob a direção de Raimondo di Sangro, o sétimo Príncipe de Sansevero.
|
Visao Geral Capela Sansevero, foto Museu Capela Sansevero |
A escultura do "Cristo Velado" foi encomendada por Raimondo di Sangro ao escultor napolitano Giuseppe Sanmartino em 1753. A obra é notável pelo seu impressionante realismo e pela habilidade técnica com que o mármore foi esculpido para parecer um véu transparente sobre o corpo de Cristo.
|
Estatua do Cristo Velado, foto Museu Capela Sansevero |
Obs: As visitas na Capela Sansevero são restritas a um pequeno número de pessoas e somente em alguns dias da semana. Como elas também são muito procuradas é difícil conseguir comprar o ingresso no dia na porta. Procure sempre reservar online.
g) Período intermediário de dominação francesa (1806 a 1815)
Em 1806, Napoleão Bonaparte invadiu Nápoles e depôs o rei Bourbon, Fernando IV. Napoleão instalou seu irmão, Joseph Bonaparte, como rei de Nápoles. Durante o governo de Joseph, várias reformas administrativas e sociais foram introduzidas, seguindo o modelo francês.
Reino de Nápoles sob Joachim Murat (1808-1815):
Joseph Bonaparte foi transferido para ser rei da Espanha, e Joachim Murat, cunhado de Napoleão, assumiu como rei de Nápoles em 1808. Murat era um líder militar carismático e implementou reformas modernizadoras, incluindo a reorganização do exército e reformas na educação.
Ele também tentou equilibrar as influências francesas com as tradições locais, o que lhe rendeu apoio significativo entre os napolitanos.
O reinado de Murat terminou com a derrota de Napoleão em 1815, resultando na restauração dos Bourbon no trono de Nápoles.
Praça do Plebiscito
Origem e Planejamento: A praça começou a tomar forma durante o reinado de Joachim Murat, cunhado de Napoleão Bonaparte, que governou o Reino de Nápoles entre 1808 e 1815. Ele planejava transformar a área em um grande fórum público, refletindo as influências do urbanismo neoclássico que se espalhava na Europa durante o período napoleônico.
Desenvolvimento Sob Fernando I: Após a queda de Murat e a restauração da monarquia Bourbon, o rei Fernando I continuou os trabalhos de construção. Ele encomendou o projeto a Leopoldo Laperuta e Antonio Niccolini, que ampliaram e finalizaram a praça. A sua configuração atual foi concluída em torno de 1846.
Nomeação: Inicialmente, a praça não tinha o nome atual. Foi só após a unificação da Itália, em 1860, que a praça recebeu o nome "Plebiscito", em homenagem ao plebiscito que ratificou a anexação do Reino das Duas Sicílias ao Reino de Sardenha, que eventualmente se tornaria o Reino da Itália.Elementos Arquitetônicos
- Basílica de San Francesco di Paola: Inspirada no Panteão de Roma, esta igreja neoclássica se destaca na praça. A construção começou em 1816 e foi concluída em 1846.
|
Praça do Plebiscito com a Igreja de São Francisco de Paula, foto de Di Napoli © Ryszard Parys | Dreamstime.com
|
No lado oposto da praça se situa o Palazzo Real di Napoli que havia sido construído já em 1600.
h) Período da Unificação Italiana - Risorgimento
No século XIX, Nápoles desempenhou um papel crucial no Risorgimento, o movimento de unificação italiana. Em 1860, Giuseppe Garibaldi entrou em Nápoles, liderando a conquista que contribuiria para a unificação da Itália sob a Casa de Saboia no ano seguinte. Outro destaque foi Francisco II das Duas Sicílias (1836-1894), o último rei do Reino das Duas Sicílias.
Galleria Umberto I: Um exemplo magnífico da arquitetura do século XIX, inaugurada em 1890. Esta galeria comercial é um símbolo da unificação italiana e da modernização de Nápoles.
|
Galeria Umberto I, foto HistoriacomGosto |
|
Galeria Umberto I, foto de @Scaliger em dreamstime.com |
h) Século XX até os Dias Atuais / Período de guerra e pós-guerra
No século XX, Nápoles enfrentou desafios, incluindo a devastação durante a Segunda Guerra Mundial e problemas sociais e econômicos no pós-guerra. Recentemente, a cidade tem se revitalizado, destacando-se por seu rico patrimônio cultural, histórico e artístico. Nápoles é hoje Patrimônio Mundial da UNESCO, reconhecida pela sua extraordinária herança arquitetônica, a vibrante vida cultural e a influência culinária, particularmente como o berço da pizza.
A história de Nápoles é um testemunho da complexidade e da riqueza cultural da Itália, revelando camadas de influências gregas, romanas, medievais, renascentistas e modernas que moldaram a cidade e a região ao longo dos séculos.
Estação Toledo do Metrô de Nápoles: Inaugurada em 2012, é uma das estações de metrô mais bonitas do mundo, representando a modernidade e a inovação na Nápoles contemporânea.
|
Estação toledo, foto historiacomgosto |
3. - Outros Bairros, Ruas e Locais de Interesse em Nápoles
3.1 - Quarteirões espanhois
Os Quartieri Spagnoli foram assim nomeados devido à sua criação durante o período de dominação espanhola em Nápoles. Foram concebidos no século XVI, mais precisamente na década de 1530, por Pedro de Toledo, vice-rei espanhol de Nápoles, para acomodar as tropas espanholas. A ideia era manter as tropas fora do centro urbano principal, mas ainda próximas o suficiente para controlar a cidade.
|
Quarteirão Espanhol, Mural de Maradona, Nápoles, foto de Napoli.info |
Nos Quartieri Spagnoli, é comum ver manifestações culturais locais, como a música napolitana tradicional e festividades religiosas. As pessoas da área são conhecidas por sua hospitalidade e forte senso de comunidade.
3.2 - Mercados e Feiras em todos os lugares (fotos: HistoriacomGosto)
|
mercado na área do quartieri spagnoli |
Banca de Peixes com polvo e camarão
3.3 - Ruas lotadas e pessoas fazendo uma "passegiata" todo o tempo
3.4 - A paixão pelo Calcio (futebol), Napoli e Maradona
4. - Cultura e Tradições
- Folclore: Nápoles tem um rico folclore, com personagens icônicos como Pulcinella, que se tornou conhecido na commedia dell'arte italiana. Histórias de fantasmas, milagres e santos são parte do tecido cultural local.
|
Pulcinella, foto HistoriacomGosto |
- Comidas Típicas: A culinária napolitana é mundialmente famosa. A pizza napolitana foi reconhecida pela UNESCO como patrimônio imaterial da humanidade. Outros pratos incluem a sfogliatella, um doce recheado, e o spaghetti alle vongole.
|
pizza branca, queijo, foto HistoricomGosto |
- Língua e Identidade: A Língua Oficial é o Italiano, utilizado em contextos formais e oficiais e a segunda língua é o napolitano, uma língua romance com suas próprias variações e rica em expressões idiomáticas, é amplamente falado e considerado um símbolo da identidade cultural local.
- Solidariedade no "Café Sospeso": O "caffè sospeso," ou "café suspenso," é uma tradição solidária que se originou em Nápoles, Itália. Este costume consiste em um ato de generosidade e solidariedade, onde um cliente em um café paga por dois cafés, mas consome apenas um, deixando o outro "suspenso" para alguém que não pode pagar.
5. A Localização geográfica típica de Nápoles
Os Campi Flegrei (Campos Flégreos) são uma vasta área vulcânica localizada a oeste de Nápoles, na Itália. Este campo vulcânico é conhecido por sua atividade geotérmica e histórica, além de ser um dos supervulcões mais notáveis do mundo.
Características dos Campos Flégreos
Localização: Situados a noroeste de Nápoles, os Campos Flégreos cobrem uma área de aproximadamente 13 km de largura. Esta região inclui várias cidades e vilarejos, como Pozzuoli, Bacoli, e parte de Nápoles.
Origem do Nome: O nome "Campos Flégreos" deriva do grego "phlegraios", que significa "ardente" ou "em chamas", refletindo a intensa atividade vulcânica e as frequentes emissões de vapores sulfurosos.
Características Geológicas
Supervulcão: Os Campos Flégreos são considerados um supervulcão devido ao potencial para erupções extremamente grandes que poderiam ter impactos significativos no clima global e na vida humana. A última grande erupção ocorreu cerca de 39.000 anos atrás e é conhecida como a "erupção do Ignimbrite Campaniana", uma das maiores erupções vulcânicas da Europa.
Vulcões e Crateras: A área possui mais de 24 cráteras e cones vulcânicos, sendo algumas das mais conhecidas a Solfatara, que é uma cratera ainda ativa em termos de atividade fumarólica, e o Vulcão de Monte Nuovo, formado em 1538.
Fenômenos Vulcânicos: O solo dos Campos Flégreos experimenta fenômenos vulcânicos ativos, como fumarolas, fontes termais, e emissão de gases vulcânicos. A região é também conhecida por eventos de bradisismo, um fenômeno onde o solo sobe e desce devido à movimentação do magma abaixo da superfície.
6. - O crime organizado em Nápoles
Embora seja imperceptível para os visitantes e turistas, sendo um blog de história, é importante comentarmos sobre o surgimento do crime organizado em Nápoles.
Isso é uma questão complexa e profundamente enraizada na história da região. A Camorra, que é a principal organização criminosa associada a Nápoles, tem origens que remontam ao século XIX, embora suas atividades possam ter sido informais e menos estruturadas antes disso.
O ano de 1820 é frequentemente citado como um marco inicial, quando a Camorra começou a ser reconhecida como uma organização estruturada.
A Camorra começou a se formar como um grupo organizado por volta de 1820, composta inicialmente por pequenos criminosos e envolvidos em atividades ilícitas, que procuravam exercer controle e influência sobre o cotidiano da cidade.
A presença da Camorra criou uma economia paralela em Nápoles, onde muitos setores, desde a construção civil até o comércio local, são afetados pelas práticas de extorsão e corrupção. Moradores e empresários enfrentam pressão para pagar "pizzo" (dinheiro de proteção), o que cria um ambiente de medo e insegurança. Essa prática limita a liberdade econômica e social da população local.
Historicamente, a Camorra tem exercido influência sobre a política local, corrompendo funcionários públicos e influenciando decisões políticas e isso contribui para aumentar níveis de violência e insegurança nas comunidades, afetando a qualidade de vida.
Respostas e Desafios
O governo italiano tem implementado várias medidas ao longo dos anos para combater o crime organizado, inclusive operações policiais e reformas legais. No entanto, a erradicação total da influência da Camorra permanece um desafio devido à sua enraizada presença social e econômica.
A luta contra o crime organizado em Nápoles é contínua e complexa, exigindo esforços coordenados do governo, da sociedade civil e da comunidade internacional para promover um desenvolvimento sustentável e seguro na região.
7. - Pontos que podem ser visitados a partir de um bate volta de Nápolis
Nápoles tem uma excelente localização permitindo várias opções de passeios em um bate-volta de 1 dia. Vejam:
a) Pompéia
- Distância: Aproximadamente 23 km de Nápoles.
- Transporte: Trem Circumvesuviana a partir da estação central de Nápoles (Napoli Centrale) até a estação Pompei Scavi - Villa dei Misteri.
- Atrações: Explore as ruínas bem preservadas da antiga cidade romana destruída pela erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C. Pontos importantes incluem o Fórum, o Anfiteatro, e as vilas com murais e mosaicos impressionantes.
b) Herculano
- Distância: Aproximadamente 15 km de Nápoles.
- Transporte: Trem Circumvesuviana até a estação Ercolano Scavi.
- Atrações: Menor e mais bem conservada que Pompéia, Herculano oferece um vislumbre da vida romana antiga, com casas, banhos termais e incríveis obras de arte preservadas.
c) Caserta
- Distância: Aproximadamente 36 km de Nápoles.
- Transporte: Trem regional da estação central de Nápoles até a estação Caserta.
- Atrações: O Palácio Real de Caserta, uma das maiores residências reais do mundo, é famoso por suas esplêndidas salas decoradas, jardins luxuosos e fontes majestosas.
d) Ilha de Capri
- Distância: A 40 minutos de ferry do porto de Nápoles.
- Transporte: Ferry ou hidrofoil do porto de Molo Beverello.
- Atrações: Conhecida por suas paisagens deslumbrantes, a ilha oferece atrações como a Gruta Azul, o Monte Solaro, e os Jardins de Augusto, além de boutiques de luxo e restaurantes.
e) Sorrento
- Distância: Aproximadamente 50 km de Nápoles.
- Transporte: Trem Circumvesuviana até a estação Sorrento.
- Atrações: Esta cidade pitoresca oferece vistas deslumbrantes do mar, ruas encantadoras para passear, e deliciosos produtos locais, como o limoncello.
f) Vesúvio
- Distância: Aproximadamente 20 km de Nápoles.
- Transporte: Trem Circumvesuviana até Ercolano Scavi, seguido por um ônibus ou táxi até o parque nacional.
- Atrações: Suba até a cratera do famoso vulcão que destruiu Pompéia e Herculano, oferecendo vistas panorâmicas espetaculares da baía de Nápoles.
g) Costa Amalfitana
- Distância: Varia dependendo da cidade (Amalfi, Positano, Ravello).
- Transporte: Embora seja possível em um dia, é mais confortável com um carro alugado ou uma excursão organizada, devido ao tempo de viagem e a natureza sinuosa das estradas.
- Atrações: Desfrute de vistas incríveis, vilarejos encantadores e a famosa culinária local.
8. - Conclusão
Nápoles é caótica, cheia de gente jovem, motocicletas nas ruelas, carros trombando, comercio de frutas, peixe, pães, no meio da rua. Casas velhas, roupa estendida em varais, camisas do Nápoli e fotografias, bonecos e murais do Maradona. Tudo isso em meio também ao que lixo as vezes demora para ser recolhido, a torna um local diferente. Existe a presença do crime organizado mas que a justiça italiana se esforça para combater. Para nós, visitantes e turistas, isso passa despercebido. Portanto se você vier sabendo o que vai encontrar, quiser conhecer a história, a cultura e o espírito do povo, você pode gostar muito.
|
Vista geral de Nápoles, foto de @tanialerro em dreamstime.com
|