I - Sintra - De forte muçulmano a refúgio de verão dos Reis Portugueses
De acordo com os arqueólogos algumas das primeiras ocupações de Sintra ocorreram entre os séculos X a VIII a.c., pelos Celtas. Posteriormente, no século III a.c. vieram os romanos e formaram a população que dominou o lugar. A região foi invadida a partir do século VIII pelos Mouros vindos da região dos Marrocos. A região recebeu o nome de "AL-Shantara". A construção do castelo ocorreu entre os séculos VIII a X com finalidade de controlar as rotas de ligação entre Sintra, Cascais e Lisboa. O destino de Sintra desde então manteve-se ligado ao de Lisboa que foi conquistada por D.Afonso Henrique em 1147.
Visão geral do alto do castelo de Sintra, foto historiacomgosto |
Com a instalação da sede do Reino de Portugal em Lisboa, a região de Sintra passou a ser usada pela nobreza portuguesa como lugar de repouso e férias, devido particularmente às condições agradáveis do clima serrano.
Um outro palácio mais voltado para a hospedagem dos governantes mouros já havia sido construído na atual vila de Sintra. Ele foi reformado posteriormente pelos reis portugueses e recebeu o nome de Palácio Real de Sintra. Posteriormente outras mansões foram sendo construídas na cidade pelos burgueses e comerciantes endinheirados, criando a fama da cidade.
II - Principais Atrações de Sintra
II.1 - O Castelo dos Mouros
O castelo dos Mouros , construído no século X, foi muito usado enquanto havia a disputa da área entre cristãos e muçulmanos. Após a conquista de Lisboa e expulsão definitiva dos mouros, o castelo foi sendo gradualmente desativado pois ele se constituía de instalações militares, sendo que para hospedagem da nobreza já havia sido construído o palácio real. As instalações do castelo se deterioraram muito com a falta de uso. Apenas em 1839, por iniciativa de Dom Fernando II, empreendeu-se uma campanha de restauro do castelo e de sua área circundante. A iniciativa de Dom Fernando acompanhava o gosto romântico da época que evidenciava o interesse pela natureza e o regresso ao passado medieval.
Muralha do Castelo
Percorre-se a muralha através de vários degraus em que ressalta-se o desnível entre as torres devido a geografia do local.
Visão panorâmica
Da muralha é possível admirar-se em primeiro plano a vila e a serra de Sintra, logo após a extensa planície ao norte e, ao fim o Oceano Atlântico.
Visão da montanha em torno do castelo de Sintra, foto historiacomgosto |
Ocupação da área
Escavações e pesquisas continuam sendo feitas na área ao redor do castelo. São visíveis alicerces de habitações e silos da população muçulmana que habitava a área. Foram identificados e recolhidos artefatos típicos da cultura islâmica dos séculos X a XII, bem como vestígios de veado, ovelha e cabra, javali e raposa, sementes de favinha, pêssego, abrunho e azeitonas.
Área de escavação e pesquisa na entrada do castelo
II.2 - Palácio Nacional
As primeiras referências ao Palácio Nacional são do período dos mouros e referem-se a construção que teria servido como habitação dos governantes mouros e, após 1147, dos reis cristãos.
Após a retomada de Sintra decorreu algum tempo até que os reis portugueses começassem a frequentar o Palácio com maior assiduidade. Foi Dom Dinis (1279-1325) que primeiro se interessou pelo palácio onde mandou construir a Capela Palatina.
A grande ampliação do Palácio deu-se no período de Dom João I (1385-1433) com ampliação das áreas íntimas e com a construção das duplas chaminés cônicas, destinadas à cozinha, que se tornaram característica da vila.
Deve-se a Dom Manuel I (1495-1521) o embelezamento do Palácio com portas e janelas decoradas e revestimentos azulejares em várias partes.
II.3 - O centro histórico
Toda a vila de Sintra e seu parque natural ao redor, foram declarados pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade em 1995. A antiga vila foi desenvolvida em volta do Palácio Nacional, com suas pequenas ruas, igrejas, casas e museus. Em consequência do terremoto de 1755, as construções antigas foram bastante danificadas tendo sido reconstruídas em posteriormente.
Visão do centro da cidade de Sintra, foto historiacomgosto |
No centro encontramos também várias opções de restaurantes, bares e lojas de artesanato que complementam o passeio aos locais históricos. A bebida "ginginha" é muito popular e vende-se em todos os locais.
II.4 - Palácio Pena
Em uma outra colina de altura equivalente à do Castelo dos Mouros, havia um mosteiro cuja construção fora ordenada por Dom Manuel I em 1503. Em 1838, esse mosteiro estava em ruínas e o local foi adquirido por Dom Fernando de Saxônia, esposo da rainha Maria II de Portugal e mais tarde regente. O arquiteto prussiano barão Ludwig von Eschwege, ajudado pelo português Possidônio da Silva foi o encarregado de projetar e dirigir a construção do Palácio de Pena, que se iniciou em 1840 e terminou em 1885 ano em que morreu o rei Dom Fernando.
O palácio representa uma das principais expressões do Romantismo na arquitetura do século XIX.
Foto da entrada do Palácio Pena, foto historiacomgosto |
Com suas torres coloridas e uma mistura dos estilos gótico, bizantino, mudéjar e manuelino, o resultado do castelo é um tanto extravagante e impacta quem gosta de um estilo mais uniforme. Em Portugal o Castelo de Pena é bastante apreciado e foi escolhido em julho de 2007 como uma das sete maravilhas do País.
Utilização do Palácio
Após a morte de Dom Fernando(1885) , o palácio foi deixado para sua segunda esposa, Elisa Hendler, o que causou grande controvérsia, pois o palácio já era considerado um monumento nacional. Em 1889, o rei Luís I (1861 a 1889) adquiriu o castelo definitivamente em nome do Estado. Como condição a condessa reservou para si apenas um chalé onde continuou a morar.
Durante o reinado de Carlos I (1889 a 1908), a família real ocupou com frequência o palácio, tornando-se a residência predileta da Rainha Dona Amélia. No castelo foi servido um almoço a comitiva de Eduardo VII do Reino Unido na sua visita ao país em 1903.
Quando acabou o período de regência, Dona Amélia retirou-se para o palácio onde recebia com frequência a visita do filho, Manuel II de Portugal (1908 a 1910). Quando eclodiu a revolta de 04 de Outubro de 1910 Dona Amélia aguardou no palácio a evolução dos acontecimentos. Conhecido o triunfo da República uniu-se a seu filho em Mafra, de onde toda família partiu para o exílio
Com a implantação da República Portuguesa, o palácio foi convertido em museu.
Últimos reis que habitaram o palácio:
Dona Maria II e Fernando II | 1834 a 1853 |
Dom Pedro V e Dona Estefânia | 1853 a 1861 |
Dom Luís I e Dona Maria Pia | 1861 a 1889 |
Dom Carlos I e Dona Amélia | 1889 a 1908 |
Dom Manuel II | 1908 a 1910 |
fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Palacio_Nacional_da_Pena
II.5 - Palácio / Jardins de Montserrate
Inicialmente existia no lugar uma pequena capela erguida em 1540 e que estava dedicada a Nossa Senhora de Montserrat. Posteriormente, no século XVIII, havia no local uma propriedade agrícola com pomares que foi alugada por um rico comerciante inglês, Gerard de Visme, que mandou construir um palácio neo-gótico com forma de castelo.
Na década de 1850 o palácio foi adquirido por um rico industrial inglês, Sir Francis Cook, que contratou o arquiteto James Knowles para realizar um novo edifício com inspiração oriental dando então a forma definitiva para o palácio.
A realeza portuguesa gostou tanto das modificações realizadas por Sir Francis Cook que lhe concedeu o título de primeiro Visconde de Monserrate.
Na década de 1850 o palácio foi adquirido por um rico industrial inglês, Sir Francis Cook, que contratou o arquiteto James Knowles para realizar um novo edifício com inspiração oriental dando então a forma definitiva para o palácio.
A realeza portuguesa gostou tanto das modificações realizadas por Sir Francis Cook que lhe concedeu o título de primeiro Visconde de Monserrate.
II.6 Quinta da Regaleira
A Quinta da Regaleira é uma vila residencial localizada no centro histórico de Sintra, e que foi construída entre 1904 e 1910, já no último período da monarquia.
A área foi adquirida da Viscondessa da Regaleira pelo Sr. António Augusto Carvalho Monteiro (1848-1920), conhecido como "Monteiro dos Milhões", para fundar o seu lugar de residência.
Nascido no Rio de Janeiro em 1850, herdeiro de uma grande fortuna familiar, grandemente multiplicada no Brasil com o comércio de pedras preciosas e cafés, Carvalho Monteiro tinha o desejo de construir um espaço grandioso, em que vivesse rodeado de todos os símbolos que espelhassem os seus interesses e ideologias, baseados principalmente na influencia Maçônica.
X. - Referências
a) - Site Oficial dos Parques de Sintra- www.parquesdesintra.pt
b) - Coleção turismo Europa - Escudo de Oro - Sintra.
c) - Wikipedia.pt - Palacio de Pena
d) - Notas e fotografias de Viagem
e) - Fotos do Palácio Montserrat - Adquiridos de Fotolia.com