I - Cronologia da História de Portugal
a) Idade do Ferro - Celtas e a Cultura Castro (1000 a.c. ~218 a.c.)
Os primeiros povos a habitarem a região foram os pré-celtas e os Celtas que deram origem a cultura dos Castros. Reconhecida pelos seus povoados amuralhados no topo de montes, com casas circulares, e pela sua cerâmica, esta cultura existente na Peninsúla Ibérica, foi característica da idade do ferro, e terminou com a aculturação romana e com a movimentação das populações para a planície litoral.
b) Romanos (218 a.c. ~ século V)
Os romanos chegaram a região da península ibérica em 218 a.c. e a denominaram toda de Hispânia. A exceção foi a região entre os rios Douro e o Tejo que foi denominada Lusitânia por causa da tribo celtibera dos Lusitanos
c) Tribos germânicas (século V) e Mouros (século VIII a século XII)
No século V a Hispania foi invadida por tribos germânicas e em 711 foi invadida e ocupada pelos Mouros do norte da África. Os mouros chegaram a região atendendo a solicitações dos próprios visigodos que tinham muitas discussões e divisões entre si. |
Os mouros trouxeram várias contribuições para o desenvolvimento da região desde a divulgação dos conhecimentos náuticos, como o uso da bússola e do astrolábio, a propagação do sistema de numeração arábico / decimal e divulgação dos conhecimentos no campo da matemática. Os mouros influenciaram também na formação da língua portuguesa incluindo nesta cerca de 1000 vocábulos. As palavras começadas com "al" que significava o artigo "o" são todas de origem árabe.
d) Reino de Portucale (1139 a 1385) - Dinastia Borgonha
Afonso Henriques líder do embate e até então conde de Portucalis se proclama Rei de Portugal. Oficialmente o reino viria a ser reconhecido em 1143 com a assinatura do tratado de Zamora por Afonso VII Rei de Leão e Castela. Foi o início da dinastia de Borgonha que durou até 1385. Na Espanha, os mouros somente foram expulsos completamente em 1492.
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Dom Dinis - O sexto rei da dinastia de Borgonha, Dom Dinis, além de consolidar administrativamente o reino, teve uma atuação importantíssima para o desenvolvimento posterior de Portugal. Foi quando o Papa Clemente V, em 1312 por pressão de Felipe da França, decidiu extinguir a ordem dos templários. Ele negociou com o Papa a criação de uma outra ordem, a dos cavaleiros de Cristo, para a qual transferiu todos os bens dos templários em Portugal e nela recebeu os participantes da ordem que foram perseguidos nos outros países. Essa ordem, criada oficialmente em 1319, posteriormente sob o comando do infante Dom Henrique, iria financiar a construção dos navios e patrocinar as viagens do período áureo do descobrimento.
Dom Dinis celebrou em 1308 o primeiro acordo comercial com os ingleses e justamente em 1312 fundou a marinha portuguesa. Nesse período fundou também a primeira Universidade portuguesa em Lisboa a qual foi depois transferida para Coimbra.
e) Idade de Ouro (1385 a 1580) - Dinastia Avis
Infante Dom Henrique e escola de Sagres:
Quinto filho do fundador da dinastia Avis, Dom Joao I, Henrique nasceu a 04 de março de 1394. Em 1414 convenceu seu pai a empreender a conquista de Ceuta no estreito de Gibraltar. Henrique foi um dos líderes da Armada portuguesa. Coube a ele a partir de 1416 a administração da cidade a partir da cidade de Lisboa.
Após o seu regresso de Ceuta, o infante Dom Henrique fixa-se em Sagres na Vila do Infante, rodeia-se de mestres nas artes e ciências ligadas à navegação e cria uma Tercena Naval (armazém de galés) a que é comum chama-se Escola de Sagres.
Em maio de 1420, Henrique foi nomeado grão mestre da Ordem de Cristo, herdeira dos bens dos templários. Os recursos da ordem foram fundamentais para a construção da armada portuguesa e fator decisivo do sucesso português nas conquistas da era do descobrimento.
f) Unificação dos Reinos - Dinastia dos Habsburgos
No período de 1580 a 1640, devido a falta de descendentes Portugal foi anexada ao reino de Aragão e Castela. Nesse breve período foi a Casa dos Habsburgos a dinastia no poder.
f) Era do Absolutismo (1640 a 1807) - Dinastia Bragança
Em 1640, os portugueses se revoltaram em Lisboa e o duque de Bragança foi feito rei. O século 18 se desenrolou de uma maneira bastante favorável para reino de Portugal graças ao Ouro e Diamantes explorados no Brasil.
A partir de 1750 no reinado de Dom José I, a administração do reino foi confiada a Sebastião José de Carvalho e Melo, mais tarde Conde de Oeiras e finalmente Marquês de Pombal. Personalidade controversa, a ele coube a tarefa de reconstruir a cidade de Lisboa após o terremoto de 1755 e promover reformas administrativas em que ele foi influenciado pelo iluminismo vigorando pela Europa. Pombal fez grandes melhorias no reino mas exercia o poder de forma impiedosa. Em 1755 iniciou uma campanha obstinada contra a Companhia de Jesus, terminando por convencer Dom José a bani-la do reino de Portugal e do Brasil em 1759. Finalmente ele conseguiu que o novo Papa Clemente XIV eleito com apoio de Portgal em 1769, decretasse a extinção da ordem em 1773.
A dinastia Bragança esteve no poder de 1640 a 1910.
f) Monarquia e Cortes (1640 a 1910) - Dinastia Bragança
Em 1807 a França invade Portugal e o rei Dom João VI foge para o Brasil onde instala o reino unido do Brasil. Os portugueses conseguem se libertar dos franceses, com a ajuda dos ingleses em 1808. Apesar disso o rei Dom João VI continuou a residir no Brasil deixando Portugal sob a regência do General Inglês Beresford.
Em 1820 originou-se no Porto uma revolução convocando cortes constituintes e obrigando Dom João VI a retornar a Portugal e assinar a nova constituição.
Com a independência do Brasil em 1822, Portugal viu-se sem a fonte de recursos advindo da colônia e um período de dificuldades políticas e econômicas marcou o período de 1820 a 1910. No aspecto político as cortes portuguesas exigiam cada vez mais uma constituição diminuindo os poderes do rei e o fortalecimento dos partidos políticos. Por outro lado a disputa pela sucessão de Dom João VI colocando de lados opostos, Dom Pedro I e seu irmão Dom Miguel gerou uma guerra civil que durou de 1828 a 1834 enfraquecendo ainda mais a monarquia. Finalmente Dom Pedro assume Portugal como Dom Pedro IV. A dinastia mantém-se, diminuindo sua inflência, até 1910 quando finalmente é proclamada a república.
II - A cidade de Lisboa
Devido a excelente localização no estuário do Tejo, desde a antiguidade a área foi habitada por povos de várias origens. No primeiro milênio a.c., a região foi invadida pelos celtas. O povoado pré romano de Olisipo teve origem cerca de VIII a VII seculos a.c.,. No fim do domínio romano, Olisipo foi um dos primeiros núcleos a acolher o Cristianismo. Ela foi tomada pelos visigodos de Toledo que a chamaram de Ulishbona. Os árabes liderados por Tariq, invadiram a península ibéica com suas tropas em 711. Olishbuna foi conquistada pelas tropas de um dos filhos de Tariq; A cidade foi tomada em 714 pelos mouros vindos do norte da África. Em árabe chamavam-na de al-Lixbuna Aluxbuna.
III - Casario, Ruas e Planos Inclinados
O Casario português ainda se faz presente nas regiões do Chiado e da Baixa. Casas decoradas co pinturas, esculturas, sacadas, são ainda comuns de encontrar embora nem todas esteja em perfeito estado de conservação.
Praça do Comércio / Terreiro do Paço
Praça do Comércio, foto historiacomgosto |
Essa imensa área abrigou o palácio real por mais de 400 anos. Ela é mais conhecida dos habitantes locais como Terreiro do Paço. O rei Manuel I, em 1511 transferiu a residência real do Castelo de São Jorge para este local na beira do rio e portanto mais conveniente. O primeiro palácio junto com a sua Biblioteca de 70 mil livros foi destruído pelo terremoto de 1755. No centro da praça está a estátua do rei José I erigida em 1755 por Machado de Castro, importante escultor portuguê. Em 01 de fevereiro de 1908 o rei Carlos e seu filho, Luís Filipe foram assassinados quando passavam pela praça. Em 1974, a praça foi palco do primeiro levante do Movimento das Forças Armadas, a Revolução dos Cravos. O arco triunfal conduz a rua Augusta e é o portão de entrada da Baixa.
Bonde 28
Um dos passeios mais tradicionais em Lisboa é tomar o Bonde 28. Essa linha foi inaugurada em 1914 tendo hoje um percurso de 7 Km.
III - A Lisboa do Período Colonial
a) Torre de Belém
Torre de Belém, foto historiacomgosto |
Ponto de partida dos navegadores portugueses na Era dos Descobrimentos, a Torre de Belém foi encomendada por Dom Manuel I para ser construída como uma fortaleza no meio do Tejo. A sua construção durou de 1515 a 1521 e a beleza da sua decoração externa imitando cordas esculpidas na pedra, tornaram a Torre o cartão postal de Lisboa e é o monumento mais visitado e fotografado da capital portuguesa.
b) Padrão dos Descobrimentos
Padrão dos descobrimentos, foto historiacomgosto |
Localizado também às margens do Tejo e próximo a Torre de Belém, o padrão dos descobrimentos foi construído em 1960 para celebrar o quinto centenário da morte do Infante Dom Henrique, o Navegador. No monumento estão representados além de Dom Henrique, Afonso V patrono dos exploradores, Vasco da Gama, Pedro Alvares Cabral e Fernão de Magalhães. O monumento tem a forma estilizada de uma caravela e tem cerca de 52 m de altura.
c) Mosteiro dos Jerônimos
O mosteiro foi construído com pedra lioz e exibe uma faixada de cerca de 300 metros praticamente com a mesma altura em todos os pontos. O Mosteiro é considerado como a jóia da arquitetura manuelina que engloba elementos do gótico final e do renascimento.
Claustro do Mosteiro dos Jerônimos, foto historiacomgosto |
Para ocupar o Mosteiro, O rei Dom Manuel escolheu a ordem de São Jerônimo, e deu-lhes as funções de rezar pela alma do rei e prestar assistência espiritual aos marinheiros e navegadores que dali partiam para o descobrimento de novas terras. A ordem de São Jerônimo ocupou o espaço por cerca de quatro séculos. Ela foi dissolvida em 1833 e o lugar foi então desocupado.
A partir dessa data o prédio do mosteiro foi entregue ás instituições seculares. Inicialmente com a Real Casa Pia de lisboa, instituição de acolhimento de órfãos, mendigos e desfavorecidos. Em 1860 iniciou-se um período de remodelação e recuperação do mosteiro que durou até início do século seguinte.
É interessante observar que em 1755, durante o terremoto que destruiu grande parte de Lisboa, o mosteiro resistiu bem à catástrofe com poucas partes afetadas e logo sendo restauradas. Em 1983 o Mosteiro é declarado pela Unesco Patrimônio Cultural da Humanidade.
Igreja de Santa Maria de Belém
No mosteiro fica a Igreja de Santa Maria de Belém. A igreja tem uma forma de cruz latina e é composta pos três naves reunidas por uma única abóbada polinervada. Logo na entrada encontram-se os túmulos de Vasco da Gama e Luís de Camões nos sub-coros esquerdo e direito. Estão também sepultados ali os restos mortais do Cardeal-rei D.Henrique e os dos filhos de D.Manuel I.No transepto direito estão o túmulo do rei Dom Sebastião e dos descendentes de Dom João III.
Vista do interior da Igreja Santa Maria de Belém, foto historiacomgosto |
d) O Castelo de São Jorge
O castelo de São Jorge era uma cidadela mourisca que foi transformada na residência dos reis portugueses por Afonso Henriques logo após a tomada de Lisboa em 1147. Em 1511, Manuel I ergueu um palácio mais luxuoso na praça do comércio e o castelo se transformou em prisão e depósito de armas.
Com o Teatro Nacional Dona Maria II ao fundo essa praça é um movimentado ponto de encontro com cafés e docerias.
IV - A Lisboa Moderna
A parte mais nova de Lisboa se situa na costa leste onde foi preparado o Parque das Nações destinado a sediar a EXPO 98. Essa área hoje dispõe de espaços de lazer e convivência, além de abrigar edifícios de arquitetura contemporânea.
Ponte Vasco da Gama |
Edifícios Modernos |
V - A Culinária Portuguesa
VI - Dicas Úteis
a) O que fazer
a) Um passeio pelo bairro alto, Trindade, descendo pelo Chiado, até a Baixa. Visite a praça do Comércio, as escadarias para o Tejo, o portal para a rua Augusta, e o elevador de Santa Justa. Do alto do elevador tem-se uma visão magnífica da cidade.
b) Visite a Torre de Belém, o padrão do Descobrimento e o Mosteiro de São Jerônimo. Na saída do Mosteiro vá até o local onde se fazem os famosos "Pastéis de Belém". Aprecie-os pois como os croissantes nas França, não existem iguais.
c) Visite a área do parque das nações, local que sediou a EXPO 98 dedicada aos oceanos. Na região temos o Oceanário, o maior aquário do mundo. Tem-se uma bela vista da Ponte Vasco da Gama, e temos uma região de edifiício modernos e uma quadra repleta de restaurantes.
d) Em outro dia reserve para o Castelo de São Jorge, Igreja da Sé, Museus, ...,.
e) Faça um bate e volta para Sintra, Estoril e Cascais. Imperdível.
b) Como ir
A Tap tem voo direto São Paulo x Lisboa em torno de US$ 790,00 dólares mais taxas com duração de 10:00h. SwissAir, Lufthansa e Ibéria são outras opções com 1 parada por US$ 750,00 dólares mais taxas e duração total em torno de 16:00h.
c) Onde ficar
Boas opções são o Clarion Lisboa Suites e SANA Lisboa. Outras opções no tripadvisor.com e booking.com.
d) Onde comer
Cervejaria Trindade
Inaugurada como cervejaria desde 1836, no local onde em 1294 havia sido fundado o convento da Santíssima Trindade, a Cervejaria Trindade é um dos locais mais característicos de Lisboa. Funciona como Restaurante, Bar ou apenas para comer um petisco. Uma pedida interessante é comer um "prego" com uma cerveja bem gelada. O prego é um sanduiche de filet e é muito saboroso. A cerveja e o chope são imperdíveis. A cervejaria fica no Bairro Alto / Chiado.
Bacalhau
Para comer um bom bacalhau consulte os guias locais. A Laurentina é um dos mais famosos restaurantes que servem bacalhau a um preço convidativo.
VII - Referências
- História de Portugal - Albert - Alain Bourdon
- Vídeo "Caravelas e Naus um Choque Tecnológico no século XVI" - Panavideo Produções
- Guia Visual da Folha de São Paulo
- Wikipedia - Lisboa / Portugal